A História

No Cais da Saudade
Vínculo Eterno em ansiedade
E a esperança no seu regresso.

(Ana Brissos, “Cais da Saudade” in Essência)

Hoje escrevo sobre a verdadeira história por detrás do “Cais da Saudade“.

Em resumo,
A canção fala de um marinheiro que foi para o mar numa missão em compromisso com a sua pátria – Portugal.
No “Cais da Saudade”, embarcou no navio “Glória” iniciando a sua viagem pelas águas do Tejo e com vista para a Cidade de Lisboa.
Em terra deixa a sua amada e família, o Vinculo-Eterno – A Mãe.
À sua amada, entrega um fio como símbolo do seu Amor, de um Desejo e de uma Promessa “do seu regresso” (ver mais sobre este elemento «aqui»).

Em suma, O “Cais da Saudade” fala d’ O Amor, da Saudade e da Esperança no regresso de um ente querido que “lutou” pela sua pátria.

O Navio – representado pela Fragata Museu D. Fernando II e Glória

 

Esta é a história romanceada.

Agora na verdadeira… o marinheiro existe e tem nome, bem como o vínculo-eterno. Até a amada!
O cais é o do Alfeite, em Almada, onde muitas são as famílias que se despedem dos seus entes queridos que seguem em missão por largos meses. “Lágrimas de fé” esperam, no seu regresso.

Esse marinheiro é o meu irmão. Inspirei-me nele para compor esta canção.
É o meu orgulho maior, como costumo dizer. Talvez esta (a canção) tenha sido a forma de lhe dizer o quanto me orgulho de ele se ter tornado quem é. Aliás, 2018 foi também para ele um ano de concretizações, alcançando o seu objetivo depois de muito trabalho e estudo.

É incrivel! Parece que foi ontem.
Recordo-me do dia, no seu aniversário, em que comunicou aos nossos pais e a mim que iria desistir do curso de engenharia civil. Não lhe trazia felicidade, nem tão pouco esperava sentir-se realizado a trabalhar naquela área.

Confesso que inicialmente foi um choque, para todos e em especial para o meu pai. Mas da mesma forma que comunicou a sua “desistência”, informou que iria entrar para a marinha, com toda a convicção do mundo.

Começou aqui a sua jornada: as provas de admissão, a recruta que culminou com o juramento de bandeira, a escolha da especialidade e as várias missões no mar (umas curtas e outras mais longas). Como todas as jornadas, são grandes as aprendizagens.


 O Tejo e a Cidade

 

E o vinculo-eterno? A nossa mãe é uma mãe extraordinária (um dia escrevo um post só sobre ela, porque merece!). A “gestão das missões” não foram nada fáceis. A ausência de contacto (ou muito limitado por questões de rede) com o meu irmão, deixavam-na preocupada e em certo estado de ansiedade. A minha mãe é muito intuitiva e às vezes contava-me que sentia que algo podia não estar tão bem (eu acho que só compreenderei isto quando um dia também assumir este papel – o de mãe).
Mas como tudo na vida, aprendeu a lidar com esse sentimento e com a Saudade. Sempre positiva. A Esperança.

A Pátria – representada pela bandeira de Portugal

 

Com tantas provas dadas de determinação por parte do meu irmão, era inevitável na canção não falar da “Essência” do Povo Português.

Somos um povo lutador, com muitas vitórias. Fomos pioneiros e fizemos história porque ousámos desafiar o desconhecido – O Mar – saindo da nossa zona de conforto e enfrentando as tempestades (fossem elas quais fossem!).

Como diz a expressão:

Mares calmos não formam bons marinheiros.

Um dia olhamos para trás e percebemos que todas as tempestades têm a sua razão de ser.
Por isso, segue os teus sonhos, aconteça o que acontecer! Contra ventos e marés, sem receios, navega!


A Saudade
– representada pela Guitarra Portuguesa, elemento português que traz o Fado para o “Cais da Saudade”.

 

Espero que tenhas gostado de conhecer um pouco mais sobre o tema. De certeza que ouvirás esta canção de outra forma.

Sites que podes gostar
Marinha Portuguesa: https://www.marinha.pt/pt
História sobre a Fragata D. Fernando II e Glória: https://ccm.marinha.pt/pt/dfernando

 

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